É difícil contar o que aconteceu lá. As palavras não descrevem em sua totalidade, as fotografias não reproduzem fielmente o que as retinas capturaram. Sons, cheiros, pensamentos, nada disso tem como registrar e, com o passar do tempo, a memória vai traindo. Por isso foi tão importante estar lá, pessoalmente, e ter vivido cada minuto.
Vivi intensamente nesses últimos dias. Enquanto estive dirigindo, tive muito tempo pra pensar na vida e, confesso, até pensei nela interrompida. É que em 1.200 km percorridos por uma rodovia até então desconhecida, de pista simples, onde trafegam muitos caminhões, muitas vezes ultrapassando e sendo ultrapassados em trechos proibidos, onde cabras e burros atravessam a estrada, você pensa também em algum possível acidente. Foi inevitável. Mas meus pensamentos se concentraram principalmente na minha família e na minha afilhada. Pensava na minha família pois sabia que estavam preocupados, principalmente a minha mãe. E pensava na minha afilhada pois era o motivo de eu ter deixado minha zona de conforto nesse feriado. E a cada quilômetro vencido, a ansiedade aumentava.
Cheguei em Recife às 00:30 já do dia 12 de outubro, peguei o carro no próprio aeroporto e parti por volta da 1:20 pra Caruaru.
São 150 km pela BR 232 de uma pista duplicada, mas muito escura.
Fiz check-in no Caruaru Park Hotel às 3:30. Não aproveitei nada da estrutura do hotel, mas parece ser bem aconchegante. O quarto que fiquei era de casal e enorme. Recomendo pra quem passar por Caruaru, a terra do xaxado, que faz 30 dias de festa de São João no mês de junho. Bom, agora faltavam "apenas" 450 km. Acordei às 6:30, tomei um banho, café e saí às 7:30. Aqui houve um pouco de atraso, pois o programado era sair entre 6:45 e 7:00.
Ainda em Caruaru, uma música na rádio me arrancou um sorriso do rosto. Haha
E essa foi a primeira parte da viagem. No próximo post, a BR 232 com pista simples, Serra Talhada e finalmente Cariri-Mirim, onde fui surpreendido com uma apresentação...