segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Marketing da empresa divulga minha viagem para os demais colaboradores

Na cozinha da empresa, durante um intervalo, o diretor da Unidade da Indústria e Construção, que é também um dos sócios da Softplan, ouviu por cima a história da minha viagem para o Pernambuco para visitar minha afilhada. Eu estava contando pra uma colega de trabalho quando ele se interessou. Ao saber da história como foi, ele ficou muito empolgado em divulgar para o resto da empresa o meu caso. Me pediu referências da ChildFund e eu tentei explicar como funcionava o meu apadrinhamento. E foi assim que o Marketing da empresa vidulgou hoje, dia 19/11/2012, uma matéria minha para o Softnews, o informativo da empresa. Segue o texto na íntegra:


Jovem, solteiro, sem filhos, com 27 anos e morando em Florianópolis. Se por essas características fôssemos definir o perfil de Leandro Boeing Vieira, diríamos que esse analista implementador que trabalha há sete meses na Unidade Indústria da Construção curte a vida como um jovem de sua idade. Sim, pode ser. Mas isso é uma pequena parte.
Leandro é graduado em Ciências da Computação na UFSC e cursa pós-graduação em Engenharia de Software. Natural de Criciúma, ele conta que já havia morado na capital por conta da faculdade. Depois de se formar morou em outras cidades, mas diz que a vontade de voltar para Florianópolis era grande. Quando surgiu a oportunidade, Leandro diz que não pensou duas vezes. “A cidade é pequena, se comparada a outras capitais, mas tem bastantes opções de lazer”, avalia. Sobre a empresa ele conta que, de fora, via a Softplan como grande no ramo de desenvolvimento e onde gostaria de trabalhar um dia. “Hoje, vejo uma empresa ainda grande no ramo que também é preocupada com ações sociais e onde pretendo continuar trabalhando por muito tempo”, revela.
O nosso entrevistado teve uma infância muito boa. Ele conta que fez parte, talvez, da última geração que realmente conseguiu brincar nas ruas. “Morava num bairro simples um pouco distante do Centro, então minha diversão era andar de bicicleta, jogar bola, brincar com carrinho de rolimã, etc”, relembra.
Leandro diz que sempre teve uma preocupação com o próximo, mas que por algum tempo ficou apenas no discurso. Ele lembra que sua mãe sempre ajudou os outros na medida do possível. “Financeiramente nem tanto, pois quando eu era criança, por exemplo, a situação financeira em casa não era boa. Mas, por ser uma pessoa que exerce a sua religião, ela sempre procurou ajudar as pessoas no que estava ao seu alcance”, lembra.
Provavelmente reflexo disso, ele resolveu sair do discurso e realmente ajudar. E isso é feito através da instituição ChildFund, que promove o apadrinhamento de crianças em situação de vulnerabilidade social. Leandro conta que, como padrinho, tem duas obrigações: depositar uma quantia em dinheiro mensalmente e promover o projeto pra conseguir mais padrinhos para as crianças que ainda esperam por um.
Leandro contra que encontrou a instituição num momento em que decidiu fazer algo efetivo por alguém. “Eu não queria simplesmente dar uma esmola ou participar de algo abstrato. Eu queria uma referência. Ter um nome pra poder pensar e dizer:  Espero que Fulano tenha gostado do que fiz”, avalia. Foi quando encontrou a instituição numa busca pela internet. Dentre várias instituições que encontrou, a ChildFund trabalha especificamente com crianças e deixa bem claro que não dá esmola para ninguém, mas contribui, através de projetos, para a melhoria na qualidade da vida delas.
O tipo de ação realizada por Leandro é o apadrinhamento. Não envolve questões legais e tampouco há um contrato. Também é possível deixar de ser padrinho no momento em que não se sentir mais à vontade, por exemplo. “Claro que quando me tornei padrinho da Joice não pensei em voltar mais atrás. Mas nunca se sabe qual será minha situação amanhã”, esclarece.
O acompanhamento é realizado através de um relatório financeiro anual pra efeito de auditoria dos investimentos feitos pelos padrinhos. Além disso, os padrinhos recebem relatórios de desempenho individual das crianças, informando  como está o andamento na escola que frequentam. Elas frequentam escolas municipais ou estaduais em suas localidades, sem qualquer relação com a ChildFund, e fazem atividades de apoio nas Entidades suportadas nas horas livres. É incentivada também a troca de correspondências, através de cartas, entre padrinhos e afilhados. Essas cartas visam aproximar um pouco os dois lados. Ao longo desse ano, Leandro recebeu duas cartas da sua afilhada e respondeu uma. Quando ia responder a segunda pensou em fazer um pouco diferente e ir conhecê-la pessoalmente, no dia das crianças.
O ChildFund coloca algumas regras para esse contato. A principal é que a criança não terá acesso ao endereço  do padrinho e vice versa. Creio que seja uma medida pra evitar abusos, de qualquer natureza, de ambos os lados. Então o encontro de Leandro e sua afilhada ocorreu na Entidade em que ela participa dos projetos, a AMOC (Associação de Moradores de Cariri-Mirim). “Foi uma aventura pra mim. Amo viajar, mas nunca tinha pensado em fazer uma viagem dessas para o sertão do Pernambuco até a cidade de Moreilândia, distrito de Cariri-Mirim. Lá fui recebido pelas crianças do projeto, o coral cantou uma música em minha homenagem, havia uma faixa agradecendo meu apadrinhamento, almoço típico nordestino, etc.”
Leandro diz que passou a tarde conversando e brincando com a Joice Emile, sua afilhada, que tem 8 anos. Na ocasião entregou vários presentes (bonecas, urso de pelúcia, doces, livros, diário, cadernos) tanto pra ela quanto pra irmã mais nova dela, Denise, de 4 anos. “É difícil colocar em palavras o que aconteceu lá mas, para resumir, eu achei que ia levar presentes e modificar a vida de uma criança quando, na verdade, eu fui presenteado e tive minha vida completamente modificada depois desse encontro”, ressalta.
Para conhecer mais a ChildFund os interessados podem acessar o site www.childfundbrasil.org.br,  onde há várias informações e um link para o apadrinhamento.
Sobre a história do apadrinhamento de Leandro, já virou um blog. Lá ele tenta contar como é viver toda essa experiência. Quer acompanhar? O endereço do blog é http://sonhodeumpadrinho.blogspot.com.br/. Vale a pena conferir!

domingo, 18 de novembro de 2012

Viagem: parte II

Essa foi a paisagem predominante da minha viagem: mato seco e animais mortos ao lado da rodovia. Uma cidade ou outra, como Serra Talhada, tinha algum açude com alguma quantidade de água. O resto, se tinha água, estava seco quando passei.


Nessa altura eu estava passando pelo município de Arcoverde (256 km de Recife). Para ganhar um pouco de tempo, vamos pular até Serra Talhada, que é uma cidade histórica por ser a cidade de Lampião. Escolhi essa cidade para passar a noite após a visita por isso e por ficar a cerca de 190 km da cidade da Joice, o que me faria ganhar algum tempo na hora de voltar pra Recife no dia seguinte.


Chegando em Salgueiro, eu supostamente deveria sair da BR-232 e pegar a PE-507, mas na prática não foi bem assim. Me perdi um pouco e o GPS não me ajudou. Tive que encontrar pessoas na rua e ir perguntando, até me falarem que pra chegar em Moreilândia, eu deveria passar pela cidade de Serrita primeiro. Nem o Google Maps (que eu estudei minuciosamente antes da viagem) e nem o GPS me disseram isso. Bom, perdido algum tempo, finalmente encontrei a rodovia estadual. Imaginei que faltavam apenas 25 km, mas na realidade ainda faltavam de 50 a 60 km. Mas, pra quem já havia percorrido mais de 550 km, eu estava perto. E estava ficando nervoso.


Depois de entrar na cidade de Moreilândia, que tem de cerca de 12 mil habitantes, mais um trecho de estrada de chão me separava da minha afilhada, mas agora faltavam apenas 15 km.


A partir daqui o que aconteceu é difícil de explicar. Eu achei que ia levar um presente para a minha afilhada, no entanto quem recebeu o presente fui eu. A recepção já começou assim:


Quando eu ainda estava tentando assimilar aquela criançada correndo e gritando "ele chegou, ele chegou" fui convidado a entrar na Associação de Cariri-Mirim. Após as apresentações, num primeiro momento bem rápidas, a professora de canto reuniu a criançada e me disse que tinham uma apresentação a me mostrar.



Bom, não consegui segurar nem o sorriso e nem as lágrimas. Eu me considero uma pessoa calculista, havia planejado a viagem inteira. Mesmo com alguns imprevistos, ela saiu dentro do esperado. Até então... Aqui eu perdi toda a referência, toda a frieza, a emoção me guiou nas próximas horas. Sorri, chorei, bati palmas, me levantei, sentei, não sabia o que fazer!

E o que fica? Fica uma saudade de uma pessoa com quem eu passei poucas horas juntos, mas que transformou minha vida!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Viagem: parte I


É difícil contar o que aconteceu lá. As palavras não descrevem em sua totalidade, as fotografias não reproduzem fielmente o que as retinas capturaram. Sons, cheiros, pensamentos, nada disso tem como registrar e, com o passar do tempo, a memória vai traindo. Por isso foi tão importante estar lá, pessoalmente, e ter vivido cada minuto.

Vivi intensamente nesses últimos dias. Enquanto estive dirigindo, tive muito tempo pra pensar na vida e, confesso, até pensei nela interrompida. É que em 1.200 km percorridos por uma rodovia até então desconhecida, de pista simples, onde trafegam muitos caminhões, muitas vezes ultrapassando e sendo ultrapassados em trechos proibidos, onde cabras e burros atravessam a estrada, você pensa também em algum possível acidente. Foi inevitável. Mas meus pensamentos se concentraram principalmente na minha família e na minha afilhada. Pensava na minha família pois sabia que estavam preocupados, principalmente a minha mãe. E pensava na minha afilhada pois era o motivo de eu ter deixado minha zona de conforto nesse feriado. E a cada quilômetro vencido, a ansiedade aumentava.

Cheguei em Recife às 00:30 já do dia 12 de outubro, peguei o carro no próprio aeroporto e parti por volta da 1:20 pra Caruaru.



São 150 km pela BR 232 de uma pista duplicada, mas muito escura.



Fiz check-in no Caruaru Park Hotel às 3:30. Não aproveitei nada da estrutura do hotel, mas parece ser bem aconchegante. O quarto que fiquei era de casal e enorme. Recomendo pra quem passar por Caruaru, a terra do xaxado, que faz 30 dias de festa de São João no mês de junho. Bom, agora faltavam "apenas" 450 km. Acordei às 6:30, tomei um banho, café e saí às 7:30. Aqui houve um pouco de atraso, pois o programado era sair entre 6:45 e 7:00.


Ainda em Caruaru, uma música na rádio me arrancou um sorriso do rosto. Haha


E essa foi a primeira parte da viagem. No próximo post, a BR 232 com pista simples, Serra Talhada e finalmente Cariri-Mirim, onde fui surpreendido com uma apresentação...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Acreditar em algo e não o viver é desonesto

Acreditar em algo e não o viver é desonesto, disse Mahatma Gandhi. Sempre acreditei em um mundo melhor, mas não vivia isso. Ou vivia em partes.

Sempre gostei de ajudar os outros, mas de um jeito tímido, sem muitos resultados. Ajudava, por exemplo, comprando um amendoim da tia e ao invés de pagar os R$ 2,00 que ela pedia, eu pagava R$ 10,00 e pedia que ela ficasse com o troco. Ou participei de algum mutirão pra ajudar a arrecadar mantimentos num inverno. Ou ajudei a conseguir material para a construção de um banheiro na casa de alguém que não possuía esse saneamento em casa. Mas faltava algo...

Foi quando encontrei a página da ChildFund - Brasil (http://www.childfundbrasil.org.br/). A ChildFund é uma organização mundial de desenvolvimento social que realiza programas e projetos sociais mobilizando pessoas (como eu e você) para a transformação de vidas. No Brasil há 45 anos, por meio dos projetos sociais, a instituição beneficia cerca de 220 mil pessoas, 143 mil delas crianças, em 862 comunidades urbanas e rurais espalhadas pelo país.

E como funciona? Você apadrinha uma das crianças que a instituição beneficia. Sendo padrinho, você contribui com uma quantia por mês e essa é quase sua única obrigação. É que além da contribuição você tem o dever de incentivar mais pessoas a serem padrinhos e madrinhas, por isso estou aqui. Mas não há contrato legal, podendo encerrar a contribuição a qualquer momento. Se quiser fazer mais, como doar presentes, visitar a criança e sua família, trocar correspondências, você tem total liberdade pra fazê-lo. Aliás, é esse "a mais" que cria um laço entre padrinho e criança e, particularmente, é o que dá uma sensação de realização pessoal indescritível. É a diferença que você tanto sente necessidade de fazer na vida de alguém.

Mas o mais importante, na minha opinião, é que esse dinheiro não é simplesmente uma mesada enviada à família da criança. Apadrinhando uma criança, sua contribuição, somada às dos outros padrinhos, é revertida em programas e projetos sociais nas áreas de educação, saúde, segurança alimentar e nutricional e desenvolvimento comunitário e econômico e conscientização sócio-ambiental, beneficiando seu afilhado, sua família e a comunidade onde vive.

Essa é a Joice Emile, a minha afilhada. Ela mora em Cariri-Mirim, que fica a 600 km de Recife, no interior do Pernambuco, tem 7 anos de idade e gosta de estudar, principalmente matemática. Fico imaginando que eu possa ser um diferencial na vida dela. Um incentivo que a faça sair da zona rural do PE e a leve até uma faculdade para cursar alguma faculdade de engenharia ou similar. Quem sabe quantas crianças não precisam apenas de um estímulo como esse para mudar as condições nas quais vivem. Condições essas que foram herdadas de seus pais, que também não tiveram as chances que nós tivemos.



Se você também deseja tentar fazer algo especificamente por alguém, recomendo apadrinhar uma criança. Que tal? É extremamente gratificante!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Itinerário


Essa viagem será um pouco diferente do que estou acostumado. Até então não tinha imaginado viajar para o sertão do Pernambuco. É claro que seria ótimo passar o feriadão no litoral do nordeste. Mas, a ideia não é descansar mesmo. Estou fazendo isso porque acredito que todos podemos contribuir com alguma coisa para tornar o mundo um lugar melhor. "Não pergunte o que seu País pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu País." Essa frase foi dita pelo ex-presidente John F. Kennedy, e com essa viagem ganha um significado bem especial pra mim.

Mas quão pro interior será minha viagem? Abaixo segue meu itinerário. Espero que gostem, eu já estou adorando!

11/10/2012 - Quinta-feira

- Pego um voo de Florianópolis a São Paulo, com saída às 18:10 e chegada às 19:15.
- Às 21:05 pego um voo de São Paulo a Recife, com chegada às 00:05.

12/10/2012 - Sexta-feira

- Na sequência, pois vou chegar depois da meia noite em Recife e já será dia 12, pego o carro que aluguei, subo a BR 101 até encontrar a BR 232 e sigo 140 km para a cidade de Caruaru, onde passo a noite. Estimo chegar no hotel por volta das 2:30.
- Saio de Caruaru no dia 12/10 por volta das 7:00 e sigo pela BR 232 até Moreilândia, por mais 460 km. De Moreilância sigo até Cariri-Mirim, distrito rural onde minha afilhada mora. Estimo chegar lá às 13:00.
- Passo a tarde com ela, entrego os presentes, conheço o projeto e por volta das 17:00 nos despedimos.
- De Cariri-Mirim, dirijo mais 175 km até Serra Talhada onde vou passar a noite, e por que não, dar uma de turista. A cidade é a terra natal do famoso cancageiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

13/10/2012 - Sábado

- De Serra Talhada, dirijo 414 km de volta para Recife, onde passo o resto de sábado e domingo o dia inteiro. Como não sou de ferro, sábado pretendo conhecer a vida noturna da capital.

14/10/2012 - Domingo

- Dia de ir embora, mas antes tomar um banho de mar na praia de Boa Viagem, em Recife. Depois é preparar pra ir embora.
- Pego um voo de Recife a Brasília às 17:30 com chegada às 20:00.
- Tomo mais um chá de aeroporto e pego um de Brasília para Florianópolis às 22:20 com chegada às 00:20

Abaixo segue a imagem do Google Maps de todo o trajeto. 7.797 km em 4 dias!


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sonho iniciando...


Olá! Seja bem-vindo(a)!

Se você está aqui, ou você gosta de viagens ou se interessa por boas ações. Ou é a minha mãe!

Aqui vou contar minha pequena aventura para conhecer minha afilhada, Joice Emile, que tem 7 anos de idade e mora no interior do estado do Pernambuco, numa cidade chamada Cariri-Mirim, que fica a 600 km da capital Recife. Eu a encontrei através da instituição ChildFund, que fomenta o apadrinhamento de crianças carentes de algumas regiões pobres do Brasil. No próximo post explico como funciona isso...

Mas qual minha motivação para fazer esse blog? Bom, você já assistiu Um Sonho Possível (The Blind Side, em inglês) com a Sandra Bullock como atriz principal? Em resumo, é um filme (e livro) baseado na história de vida de Michael Oher, vulgo Big Mike, jogador de futebol americano, que Leigh Anne Tuohy tirou das ruas e deu um futuro. No filme, Leigh é de uma família de classe alta, bem diferente de mim. E Big Mike vivia completamente nas ruas, vítima de uma família desestruturada e destruída pela pobreza e drogas, bem diferente da minha afilhada. Mas é um filme que me emociona muito. Gosto de ver as pessoas fazendo boas ações. Isso me deixa feliz, mesmo que apenas acompanhando. E é com esse espírito que crio esse blog.

Certamente há mais pessoas, como eu, que ficam felizes pelas boas ações de terceiros, mesmo desconhecidos. Se você é um deles, sinta-se à vontade pra acompanhar minha pequena boa ação. Ação essa que nem de longe se compara ao que Leigh fez, mas que certamente mudará uma vida. Se não a da minha afilhada, já mudou a minha.